Sertanejo, a preferência nacional

Cantores muito populares, músicas no topo das paradas, shows lotados e uma legião de fãs. Essas são as características do sertanejo. Que foi de e ritmo estigmatizado, ao mais ouvido no Brasil. O crescimento do estilo é confirmado por pesquisa do Ibope, segundo dados do levantamento sobre "Tribos Musicais", realizada em 2013, o sertanejo é o estilo mais ouvido por brasileiros no rádio. A pesquisa indica os tipos de música que ouvintes de rádio escutaram em período de sete dias. O estilo sertanejo foi escutado por 58% do público. Deixando para trás a MPB, com 47%; samba e pagode, com 44%; e forró e rock, com 31% de audiência. Também foram citados, na pesquisa, música eletrônica, religiosa, axé, funk, country, música clássica, jazz e blues, todos estilos, ficando atrás da música sertaneja. Essa mudança se deu principalmente graças ao famoso sertanejo "universitário". Os temas das canções continuam a ser sexo e amor. Mas, ao contrário das últimas décadas, o ritmo demonstra diferenças significativas em relação ao "velho sertanejo de raiz", ele "é muito mais confiante", analisa Gustavo Alonso, historiador e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e autor de "Cowboys do Asfalto: música sertaneja e modernização brasileira", livro que conta a história da música sertaneja. "A poética muda no sertanejo universitário. As letras de corno, pessimistas e de fracasso são substituídas pelo 'vamos ser de ou linha da autoconfiança quase pedante do 'tô nem aí para você' ", diz Alonso. O estilo que se tornou o mais popular do Brasil, que sempre foi dominado por duplas masculinas, com as mulheres sendo parte considerável , talvez majoritária, do público. Hoje, observa uma nova mudança, com um novo contingente de artistas, deixando em evidencia o empoderamento feminino, com as cantoras sertanejas, da nova geração, trazendo ao gênero a visão feminina. Hoje não apreciar ou desconhecer o gênero pode ser considerado uma alienação , ainda que muita gente não goste dele. Para Alonso "O sertanejo universitário faz parte de um movimento cultural que diz algo sobre o Brasil de hoje", e analisa que "claramente o título 'universitário' mexeu na posição de status, o que ajudou a consolidar o ritmo", conclui Alonso.